Goma aposta nos Coletivos Artísticos
9/26/2007 08:32:00 PM - Goma - Cultura em Movimento
Alexandre Matias
"Talvez por representar uma alternativa dentro do modelo atual da industria do entretenimento?", responde perguntando H.D. Mabuse, fundador do grupo Re:Combo, sobre o motivo de o formato coletivo estar cada vez mais difundido. Sejam grupos de DJs, artistas plásticos ou guerrilheiros de mídia, os coletivos se espalham por diferentes áreas da cultura brasileira, mudando a forma de fazer e consumir arte, política e diversão.
O rótulo "coletivo" não tem definição mais específica do que um grupo de colaboradores que se unem para realizar algo em conjunto. E é justamente essa dificuldade de classificá-los que os torna uma opção tão viável para quem quiser se expressar artisticamente: junte os amigos e descubra algo que todos estejam a fim de fazer. "O principal é o fato de você estar trabalhando com mais pessoas", conta Rica Amabis, do coletivo Instituto, que reúne diferentes pontas da nova safra da música brasileira graças à flexibilidade do formato.
"As pessoas estão de saco cheio do formato corporativo e começaram a perceber que arte não é um negócio como outro qualquer", completa Daniel Poeira, do grupo mineiro de animação Poeira Filmes. "Ganha-se velocidade na produção e desenvolve-se a especialidade de cada um", complementa Érico Assis, do Projeto Casulo, de Pelotas (RS).
"É a arte como pretexto para encontrar pessoas", sintetiza o paulistano Fábio Tremonte, mediador, catalisador e o único a conhecer todos os integrantes do grupo Los Valderramas.
Indagada sobre a principal influência para trabalhar em coletivos, a artista plástica e agitadora cultural Graziela Kunsch, idealizadora do "coletivo de coletivos" Rejeitados é direta: "Os individualistas". Ricardo Rosas, do grupo paulista Rizoma, concorda: "O individualismo saturou. Há uma necessidade básica de se agrupar, que os meios eletrônicos tendem a facilitar. Sai a rubrica egocêntrica do "gênio criador" e entra a voz coletiva do anonimato criativo e compartilhado".
Sem líderes e de hierarquia horizontal, coletivos não são, nem de longe, uma novidade. "O coletivo sempre esteve em voga", continua Daniel Seda, do grupo de vídeo e cinema Neo Tao, "a diferença hoje é que os artistas estão pondo mais ênfase na ação e na colaboração criativa do que no ego". "É uma tradição na história da contracultura e arte alternativa", lembra Daniel Gonzalez, da T.E.M.P.. Na genealogia estão escolas modernistas, ativistas dos anos 60, "artivistas" dos 80 e a cultura eletrônica. A nova safra de coletivos nasce justamente sob o signo da internet: "O nosso coletivo é baseado na premissa do fim da geografia trazida pela rede", explica Mabuse.
"A mudança de cima para baixo, do centro para a periferia, já não é mais possível, como alertavam os anarquistas clássicos no século 19", explicam os integrantes da Universidade Invisível. "A idéia de coletivo surge de uma questão de sobrevivência", responde o grupo A Revolução Não Será Televisionada. "Há uma sensação de que algo precisa ser feito", sintetiza Seda.
E o que está sendo feito? De festas instantâneas a intervenções urbanas, os grupos buscam novas formas de expressão, invertendo também a lógica do público, que aos poucos deixa o papel de mero espectador. Discos, revistas, sites e livros são produzidos, mas a própria noção de registro do acontecimento vem sendo deixada de lado em prol da experiência.
"Talvez por representar uma alternativa dentro do modelo atual da industria do entretenimento?", responde perguntando H.D. Mabuse, fundador do grupo Re:Combo, sobre o motivo de o formato coletivo estar cada vez mais difundido. Sejam grupos de DJs, artistas plásticos ou guerrilheiros de mídia, os coletivos se espalham por diferentes áreas da cultura brasileira, mudando a forma de fazer e consumir arte, política e diversão.
O rótulo "coletivo" não tem definição mais específica do que um grupo de colaboradores que se unem para realizar algo em conjunto. E é justamente essa dificuldade de classificá-los que os torna uma opção tão viável para quem quiser se expressar artisticamente: junte os amigos e descubra algo que todos estejam a fim de fazer. "O principal é o fato de você estar trabalhando com mais pessoas", conta Rica Amabis, do coletivo Instituto, que reúne diferentes pontas da nova safra da música brasileira graças à flexibilidade do formato.
"As pessoas estão de saco cheio do formato corporativo e começaram a perceber que arte não é um negócio como outro qualquer", completa Daniel Poeira, do grupo mineiro de animação Poeira Filmes. "Ganha-se velocidade na produção e desenvolve-se a especialidade de cada um", complementa Érico Assis, do Projeto Casulo, de Pelotas (RS).
"É a arte como pretexto para encontrar pessoas", sintetiza o paulistano Fábio Tremonte, mediador, catalisador e o único a conhecer todos os integrantes do grupo Los Valderramas.
Indagada sobre a principal influência para trabalhar em coletivos, a artista plástica e agitadora cultural Graziela Kunsch, idealizadora do "coletivo de coletivos" Rejeitados é direta: "Os individualistas". Ricardo Rosas, do grupo paulista Rizoma, concorda: "O individualismo saturou. Há uma necessidade básica de se agrupar, que os meios eletrônicos tendem a facilitar. Sai a rubrica egocêntrica do "gênio criador" e entra a voz coletiva do anonimato criativo e compartilhado".
Sem líderes e de hierarquia horizontal, coletivos não são, nem de longe, uma novidade. "O coletivo sempre esteve em voga", continua Daniel Seda, do grupo de vídeo e cinema Neo Tao, "a diferença hoje é que os artistas estão pondo mais ênfase na ação e na colaboração criativa do que no ego". "É uma tradição na história da contracultura e arte alternativa", lembra Daniel Gonzalez, da T.E.M.P.. Na genealogia estão escolas modernistas, ativistas dos anos 60, "artivistas" dos 80 e a cultura eletrônica. A nova safra de coletivos nasce justamente sob o signo da internet: "O nosso coletivo é baseado na premissa do fim da geografia trazida pela rede", explica Mabuse.
"A mudança de cima para baixo, do centro para a periferia, já não é mais possível, como alertavam os anarquistas clássicos no século 19", explicam os integrantes da Universidade Invisível. "A idéia de coletivo surge de uma questão de sobrevivência", responde o grupo A Revolução Não Será Televisionada. "Há uma sensação de que algo precisa ser feito", sintetiza Seda.
E o que está sendo feito? De festas instantâneas a intervenções urbanas, os grupos buscam novas formas de expressão, invertendo também a lógica do público, que aos poucos deixa o papel de mero espectador. Discos, revistas, sites e livros são produzidos, mas a própria noção de registro do acontecimento vem sendo deixada de lado em prol da experiência.
(ilustração: Flower Chucker by Banksy)
12 de outubro de 2007 às 15:19
Os coletivos começaram pela rede da internet e neste caso, do Goma, realizam-se por uma rede de corporeidades afetivas e criativas, em geografias próximas ou distantes (como yo me apresento ahora), mas as redes de coletivos na minha opiniäo nao determinam o fim da geografia como diz o teórico Mabuse e sim, atribuí uma nova dinamina ao espaço, na qual os limites territoriais, assim como os limites do individuo säo permeados por abstraçoes-elucidaçöes feitas de pura arte.
O fim dos limites para a construçao de uma geografia autentica é que a verdadeira revoluçäo!
Estamos juntos queridos!
besos enchillados