Os próximos passos

2/21/2008 11:13:00 AM - Goma - Cultura em Movimento

Sem dúvida alguma, o último domingo (17/02), foi um momento histórico para a cena independente de Uberlândia. Além de contar com uma presença significativa de artistas, produtores e comunicadores, o que se viu foi muita cara nova e grande abertura para a consolidação efetiva de um processo de construção participativa e solidária de nossa cena cultural, que desponta como referência de organização em Minas Gerais. (vide matéria do Estado de Minas do dia 8 de fevereiro).

Toda a equipe Goma fica muito feliz com este engajamento, e acredita fervorosamente na possibilidade de rapidamente consolidarmos estes princípios participativos e orientarmos nossas ações neste sentido.A partir disto, foi dada a partida, no mesmo dia 17, para a organização do I Encontro de Artistas, Produtores e Mídias Independentes de Minas Gerais, que será realizado em Uberlândia ainda neste primeiro semestre.

A construção deste encontro servirá como marco definitivo para a efetivação do Circuito Mineiro de Música Independente, uma ação lançada oficialmente durante a Jambolada 2007, e que pretende articular toda a cadeia produtiva da música independente em nosso estado.

Para isto, gostaríamos de convidar a todos para nossa próxima reunião, que será realizada no dia 02/03, às 18hs, no Goma – Cultura em movimento, Av Floriano Peixoto no. 12.

Participe e ajude também a (re)construir esta história.

Abraços e inté.

Talles Lopes

Coordenador de Planejamento

Goma – Cultura em Movimento!

Cultura em Movimento - Parte 2

por Victor Maciel
Blog Via Marginal
Coletivo de Comunicação e Mídia Independente GOMA

Ainda na ressaca da 1ª Noite Rock Monstro Discos, no dia antorior, quando MQN e Motherfish puseram a casa abaixo, um grupo considerável de músicos, blogueiros, comunicadores, produtores e técnicos de som de Uberlândia e região se reuniram no Goma Cultura em Movimento no último domingo (17), dia histórico para a cultura independente da cidade. A intenção era corresponder a uma expectativa nacional com relação à efervescente cena local, que já ecoa Brasil afora e tem a necessidade urgente de, finalmente, se articular de fato e, efetivamente, se consolidar.

Entretanto, pra começar a contar esta história, é fundamental voltar no tempo, pelo menos, uns 10 anos. Fim da década de 1990, Era de Ouro do chamado “jabá”, quando Uberlândia nada mais era do que a terra do Alexandre Pires e a aversão à música autoral dentro da própria cidade era o grande obstáculo a ser enfrentado por quem ousava tal atrevimento.

E, como louco, pra nossa felicidade, tem em todo lugar, em Uberlândia, especialmente em nossa Universidade Federal – UFU -, não havia de ser diferente. Pelos corredores, saguões, praças e redondezas de pés de jambolões do campus universitário, alguns desses “atrevidos” arriscavam suas primeiras composições. Foi nesse contexto que a banda Porcas Borboletas nasceu e o programa Escombro, da Rádio Universitária, surgiu, se tornando a primeira ferramenta para a difusão desses novos sons para além dos muros da Universidade.

Os anos passam e tem-se a tomada de consciência para a articulação com uma galera que já fazia da música independente uma realidade em cidades fora do eixo Rio-São Paulo. É quando, em 2005, é concebida a Jambolada – primeiro festival de música independente de Uberlândia – que reúne na cidade gente que já desenvolvia ações semelhantes em outros lugares - como o Espaço Cubo, em Cuiabá e a Monstro Discos, em Goiânia – e traz bandas de São Paulo, Goiás e Pernambuco, além de se tornar uma vitrine formidável para bandas locais.

Foi ali o embrião dos hoje já consolidados e cada vez mais crescentes Circuito Fora do Eixo e ABRAFIN – Associação Brasileira de Festivais Independentes. Além de ter sido o empurrão que faltava para Uberlândia começar a fazer barulho nacionalmente. Quarenta dias depois da Jambolada, a banda uberlandense Dead Smurfs tocava no Goiânia Noise Festival e em fevereiro de 2006, o Porcas Borboletas desembarcava em Cuiabá para tocar no Grito Rock.

Os anos seguintes foram de afirmação do Circuito Fora do Eixo e da ABRAFIN, com Uberlândia sempre tendo importância decisiva nos rumos desta articulação nacional, estruturada a partir de modelos de gestão participativa.

A franca ascensão da música independente no país refletiu em Uberlândia e atingiu seu auge em setembro de 2007. A 3ª edição da Jambolada, já o maior festival independente de Minas Gerais, reuniu na cidade artistas, produtores e comunicadores do Rio Grande do Sul ao Acre e, de forma inédita, chamou a atenção do país inteiro para esse lugar que parece ser muito bacana.

Três meses depois, aproveitando a justa empolgação causada pela Jambolada, é inaugurado o Goma Cultura em Movimento, espaço multifuncional para apresentações artísticas, convivência e fomento de políticas públicas para a cultura, um passo gigantesco para a consolidação de Uberlândia enquanto pólo nacional de cultura independente, status absolutamente impensável há não mais que uma década.

E é neste momento chave, em que o Brasil todo se volta para Uberlândia e busca aqui alguma contrapartida no que tange à articulação cultural independente, que a cena da cidade dá continuidade ao seu acelerado processo de crescimento nos últimos anos, incentivada pelo intercâmbio recente com outras cenas proporcionado pelo Grito Rock 2008, tomando consciência de sua posição de liderança e chamando para si a responsabilidade de se consolidar, de fato, como referência para Minas Gerais e outras regiões.

Foi com essa pretensão que, na tarde-noite do último domingo, o Núcleo de Produção Independente de Uberlândia foi finalmente constituído, visando o fortalecimento e a auto-sustentação da cena independente em Uberlândia, além de buscar fomentar iniciativas semelhantes em outras cidades da região. O Núcleo atuará a partir de 4 coletivos:

Coletivo Cultural: composto por bandas independentes com trabalhos autorais;

Coletivo de Comunicação: composto por diversas mídias da Internet, zines e demais comunicadores dispostos a difundir a cultura independente;

Coletivo de Produção: composto por produtores de eventos;

Coletivo de Sonorização: composto por técnicos deste setor.

O Brasil chamou e Uberlândia respondeu: aqui, a cultura está em movimento!

Sábado de balanço no GOMA

2/20/2008 01:13:00 PM - Goma - Cultura em Movimento


Vamos inaugurar nossa noite black com a banda ícone do movimento aqui em Uberlândia!

Goma Groove Night
terá a banda Maria Fumaça tocando os grandes sucessos do gênero e, é claro que não podia faltar, suas músicas autorais que já viraram hits da noite uberlandense.

E no antes-durante-depois, os DJs residentes continuarão jogando muito MOJO no ar.

Sábado 23 de fevereiro
22 horas
7 reais
lista amiga = 6 reais (poste o flyer em algum canto da net e mande o link para listagoma@gmail.com)


CONTRACULTURA DO CERRADO


A Touro Mecânico produções trará as bandas brasilienses
PERFECTO e HELLENA, que se juntarão aos cumpadres CH4, Você é livre!? e 4HEAD (UDI) no GOMA, a partir das 16 horas.

*PROMOÇÃO ABC PRÓ HC 10:
Na entrada do TOURO MECÂNICO você ganha um cupom que te dá a chance de assistir na faixa os shows das bandas RUFIO, FUNERAL FOR A FRIEND, STRIKE ANYWHERE e muito mais!
Basta comparecer ao evento para concorrer a 1 ingresso do ABC PRÓ HC 10!!

DATA: 24/02/08 (DOMINGO)
HORÁRIO: 16H
INGRESSOS: 7 reais

Under Construction

2/19/2008 01:55:00 PM - Goma - Cultura em Movimento

Texto de Djalma Rodrigues - Coletivo de Produção e Centro de Mídia Independente G.O.M.A.

Aquela velha máxima que nos ensina que nesse mundo ninguém é uma ilha e que, portanto, ninguém é capaz de se manter sozinho, começou a ganhar novos contornos, pelo menos no tocante aos músicos e bandas independentes da cidade Uberlândia e região.


Deu-se início ontem o coletivo G.O.M.A. de música independente. Um projeto apaixonante que tem por objetivo consolidar Uberlândia como um pólo nacional de música alternativa. De certa forma, pensar na produção cultural autoral independente como um processo que só será bem sucedido (e acredite se quiser: pode ser) se as habilidades (e principalmente a força de vontade) de um coletivo, se juntar em prol de todos, e consequentemente, voltando a si mesmo e a seus projetos.

Ações que vão girar em torno de específicos 4 coletivos: bandas, produção, comunicação e técnico. Coletivos esses que visam não só viabilizar a cena local, mas também desenvolver artistas, produtores, comunicadores e interessados em indivíduos (leia-se pessoas, bandas, grupos artísticos...) capazes de pensar (e executar) todo o processo que envolve a realização de um evento, o desenvolvimento de um artista, toda publicidade envolvida e mais...

E o grande barato dessa história, não é a tão comentada moeda cultural complementar e suas infinitas possibilidades, e nem mesmo a possibilidade de se ver realizada pelo menos dentro de um contesto limitado aquele velho sonho de igualdade e de social democracia (de verdade, não a praticada por partidos políticos que se outorgam essa alcunha) que alimentamos (ou pelo menos eu) por anos e anos a fio, e sim, a constatação de que tantas pessoas com origens e objetivos, a priori, tão distintos, se reunirem em torno de um projeto que não se mostra, em um primeiro momento, uma atividade capaz de gerar efetivamente renda, nem para o Espaço GOMA e nem para as pessoas/bandas envolvidas naquela reunião, que na verdade, mais parecia um útero, ou melhor, uma sala de parto, de onde surgia uma espécie de ONG da cultura alternativa regional.

17 de fevereiro de 2.008 pode entrar para história de Uberlândia como a aurora de um novo tempo dentro da produção cultural independente de nossa cidade e região, já possuímos vários e bons grupos musicais, produtores, um considerável público interessado, um programa de rádio que se dedica a divulgar este mercado, uma Universidade Federal com uma diretoria de culturas que está sempre apoiando projetos que vão neste sentido, a cidade já abriga um grande festival de musica independente, já possui até mesmo (um perigoso) prestigio fora de suas fronteiras, para nos consolidarmos como um grande pólo de musica independente, como uma verdadeira CENA NO MAIS AMPLO SENTIDO DA PALAVRA. Só nos faltava mesmo uma iniciativa como essa e é claro mão na massa!


Espero que um projeto tão entusiasmante não termine com o fim do pavio, e que essa bomba possa de fato explodir.

Noite de gala da Monstro no Goma

2/19/2008 01:22:00 PM - Goma - Cultura em Movimento

Ademir Almeida para o GOMA
Fotos de Adreana Oliveira




A Primeira Noite Monstro Discos (16/02) prometia ser empolgante, e as expectativas não foram frustradas. Os shows das bandas Motherfish e MQN, componentes do casting da Monstro e ambas residentes em Goiânia Rock City, promoveram instantes memoráveis aos apreciadores de rock autêntico e de personalidade.

O Motherfish abriu a noite com um show que de certa maneira me surpreendeu: ao ouvir o recém-lançado disco do grupo, Life can be a pretty scary thing, me deparei com uma sonoridade pós-punk muito bem trabalhada, recheada de riffs marcantes em uma atmosfera melodiosa, calcada em uma poética abertamente transtextual, cinematográfica.

No espetáculo, todavia, encontrei uma pegada forte, com certeza decorrente da energia proporcionada por Hudson de Lima (Dead Smurfs) nas baquetas e Victor Oliveira Rocha (da goiana Black Drawing Chalks) na guitarra, responsável também pela bela arte do disco. Os rapazes se mostravam confiantes e bem confortáveis com o seu repertório, presenteando o público com uma performance concisa e empolgante. Não é a toa que a crítica especializada vem se derretendo ao talento do Motherfish.


Só que ainda existia um trator chamado MQN. Ao som dos primeiros acordes percebi imediatamente o cuidado e o profissionalismo dos caras na equalização do próprio som. Apesar do volume ensurdecedor, praticamente não se escutavam microfonias e podia-se distinguir claramente o som de cada um dos componentes, inclusive dos vocais, coisa rara em shows de rock: reflexo, com toda a certeza dos mais de dez anos de tentativas, acertos e frustrações.

Experiência esta reconhecida por crítica e público - a banda alcançou a marca de mais de 7 mil downloads de seus EP´s e já rodou por vários países sulamericanos, além de preparar-se para a terceira turnê nos E.U.A. em março.

"O melhor e o mais alto possível" como os próprios definem sua maneira de tocar. "Uma mistura de rock com rock!", arrematam. Os uberlandenses gostaram e agradeceram da maneira que o MQN mais gosta: com litros e litros de cerveja arremessada em direção ao grupo, praxe em seus espetáculos. Mais visceral é difícil.

Um dos maiores problemas da casa, a aparelhagem de som, foi contornado pela presença de novos amplificadores (provavelmente alugados) e de um técnico de som bem-preparado e consciente da proposta musical apresentada. Em compensação, o aspecto negativo da noite centrou-se na fraca presença de expectadores, em decorrência talvez das férias acadêmicas e da concorrência de outras casas de espetáculos.

Confesso que o acontecido me faz imaginar o quanto a cena independente de Uberlândia é vinculada a um determinado perfil consumidor. Formular estratégias alternativas, ou expandir a proposta de produção e conscientização cultural para círculos mais distantes do meio universitário me parece ser cada vez mais razoável para a própria sobrevivência do coletivo.

“É extremamente necessário uma continuidade semi-exaustiva e um rígido comprometimento da cena no fortalecimento do coletivo. Não existe sorte , cara, e sim trabalho e mais trabalho.”, palavras de Fabrício Nobre, do MQN. Fortes, quer concorde-se ou não com as mesmas.

Posteriormente este que vos fala, em parceria indispensável com Victor Maciel - do blog Via Marginal e Robisson Albuquerque - o Sete, músico/escritor/apresentador, postará aqui, no sítio do GOMA, uma bate-papo na íntegra com o pessoal do Motherfish, Fabrício de Almeida Nobre - vocalista do MQN e atual presidente da Associação Brasileira de Festivais Independentes (ABRAFIN) e um especial surpresa com o simpático e solícito Fred Pinheiro, guitarrista/vocalista do Acidogroove, de Uberaba.


Cultura em Movimento

2/17/2008 03:22:00 PM - Goma - Cultura em Movimento

Por Victor Maciel - blog Via Marginal

O intercâmbio e a integração em escalas continentais proporcionados pelo Grito Rock 2008 tem tudo pra gerar frutos deliciosos em Uberlândia. Bandas locais que tocaram em outras cidades nesta última edição do mega festival integrado voltaram pra sua terra natal muito entusiasmadas com toda a estrutura existente em cenas já mais articuladas. A galera da Juanna Barbêra, por exemplo, voltou de Hell City bastante impressionada e empolgada, tanto com o espírito de cooperação dos independentes cuiabanos quanto com a grande expectativa do pessoal de lá com a cena uberlandense.

É nesse contexto de euforia que o Núcleo de Produção Independente de Uberlândia está sendo retomado, com o apoio incondicional do Goma Cultura em Movimento. Trata-se de um projeto que visa o fortalecimento e a auto-sustentação da cena independente em Uberlândia, além de buscar fomentar iniciativas semelhantes em outras cidades da região. O Núcleo pretende trabalhar a partir de 4 coletivos paralelos:

Coletivo Cultural: composto por bandas independentes com trabalhos autorais;

Coletivo de Comunicação: composto por diversas mídias da Internet - como esta Via Marginal -, zines e demais comunicadores dispostos a difundir a cultura independente;

Coletivo de Produção: composto por produtores de eventos;

Coletivo de Sonorização: composto por técnicos deste setor.

A estruturação deste Núcleo ainda está em andamento e sua implantação efetiva está prevista para março. Ocorrerá neste domingo (17), às 18hs, no Goma, mais uma reunião. E o convite está feito àqueles que se encaixarem e estiverem dispostos a esta empreitada, mais um passo importantíssimo no processo de consolidação de Uberlândia enquanto pólo nacional de cultura independente.

Movimentemos, enfim, a Cultura dessa nossa promissora "Terra Gentil que Seduz"!